quarta-feira, 30 de junho de 2010

Achado de um dia desses.


Eu ando sob a grama.
Meus pés descalços sentem o frio
e a delícia que é
andar no chão. no mato. na terra.
eu penso na minha mãe.
Poderia ter sido mais generosa com ela.
Ou ela que realizou o seu papel comigo?
e eu só aceitei.
pensando na minha construção.
e em como ser tão boa quanto ela
nessa atribuição.
Olho no canto do quintal e
vejo uma bituca de cigarro
que algum porco, sem educação
e sem respeito pelo do que é dos outros
jogou.
Lembro do fogo.
E das fotos queimadas ontem.
Das lembranças apagadas, sim, apagadas.
Porque não recordo mais
aquilo que não me acalenta.
Ai, a sujeira desse mundo!
Tão diferente do que vejo no quintal.
As plantas, flores, água, os passarinhos
que passam todos os dias no mesmo horário.
E o frio.
Que reina na casa de quem gosta de calor.
E o céu alaranjado, meio rosa, um pouco azul.
no fim da tarde.
E a noite que vem mais cedo.
E o amor que quer entrar.
Não sei se devo.

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