quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Há algum tempo... Nem tanto assim.


Sem me dar conta,
o dia amanheceu.
Eu fecho o livro e olho pela janela.
Tenho vontade de continuar acordada
e andar logo mais,
mas sei que não tenho forças para isso
e em breve estarei em minha cama.
Resolvo tomar um capuccino.
Dá uma preguiça,
mas ainda assim minha sede supera esse modo
que impera em meu ser na maioria das situações.
Saboreio minha bebida sentada na mesa,
olhando a sala que começa a ser clareada.
E penso que vivemos sozinhos realmente.
Essa impressão de que existem pessoas ao nosso lado é
ilusão.
As pessoas nos deixam; nós as deixamos.
Resolve-se mudar de casa, cidade, estado, país;
amigos, namorados e até de familiares.
Escolhe-se outra escola, outra balada, outra faculdade e outro trabalho;
Muda-se os conceitos, as atitudes, os sonhos e as interpretações.
Transforma-se a realidade. E os vestígios que sobram servem para compor a saudade. Daquele algo ou alguém que se foi. Que te deixou. Ou que foi levado.
Nós mudamos, os outros permanecem.
Nós ficamos e os outros se vão.
O que sobram são as lembranças e
o sentimento de que o amor durou.
Então, levanto-me, deixo a xícara para alguém lavar daqui a pouco
E vou dormir.
Sonhar que talvez ficções possam tornar-se realidade,
embora saiba que todas a representam.