sábado, 26 de junho de 2010

Adaptação


O que restava da fogueira eram brasas. Não havia ninguém em suas barracas. E os meus olhos não estavam abertos, por causa da luz do sol e do sono crônico. Eu sentia a sua falta, não desejando a sua presença, só notando a sua ausência como quem sente os dias que já não são mais seus, a morte, o adeus sem volta. Eu estava passando por novas experiências, amadurecendo, crescendo, vivendo situações das quais me lembraria com orgulho. Ouvi um barulho e alguém trazendo flores do campo e uns frutos para degustarmos. Aqueles cinco dias provaram-me que, realmente, o impossível é questão de opinião. Aquela paisagem surreal. Aquele sentimento único. Sentei para a meditação da manhã e senti o ar entrando e saindo dos meus pulmões. Meus sentidos se aguçaram. Pude ouvir as batidas do meu coração. Lembrei da dança. Esvaziei minha mente. ... Senti o vento bagunçando os meus cabelos e fazendo as folhas das árvores cantarem. Acordei.

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