quarta-feira, 30 de junho de 2010

Saudade de São Paulo!


E eu que não pensei que iria sentir... agora escuto Sampa com nostalgia.
Pensando nos bares, cafés, restaurantes, pessoas, teatros, cinemas, shoppings, pessoas, praças, ruas, prédios, pessoas, livrarias, parques, pessoas... casas e lugares e lugares e lugares que gostaria de estar, de visitar, de passear... e pessoas que gostaria de encontrar, conversar, dançar, dividir, ouvir, ver, sentir... admirar, admirar a mudança, o tempo que passa mais rápido, tudo que muda em um segundo e que, no fundo, continua o mesmo.
Ahhh, São Paulo, faz-me muita falta!



Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
(Brilhante Caetano Veloso)

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