domingo, 18 de outubro de 2009

Em uma tarde de domingo.


Após um longo período de silêncio no qual os dois se resignavam ao fim do romance e refletiam sobre os planos para o futuro próximo e distante, ele se expressou:
- É engraçado, querida.
Ela se virou para ele com o intuito de saber o que sentia e de certa forma ajudá-lo. Talvez para redimir um pouco seus atos.
Ele continuou:
- Um dia você me disse que as coisas que você mais amava na vida eram dormir, comer, tomar banho, escovar os dentes, estudar, sorrir, dançar, conhecer lugares, pessoas, beijar, transar, cantar, ler... Sim, as coisas mais simples. E ainda lembro do comentário seguinte ao que você citou: "São coisas que podemos fazer em qualquer lugar do mundo. Qualquer pessoa pode fazer. Nada disso separa os indivíduos, ao contrário, os une!" Eu lhe proporcionei tudo isso! Você mesma já confessou. Eu lhe dei o que a fazia feliz até o último instante. Então, por que está me deixando?
Com vergonha, ela enfiou a cabeça entre as mãos e pôs-se a chorar.
Ela não sabia mais quem era. Seus desejos, suas ambições, seus sonhos. Ela tinha quebrado uma regra. E se perdera. Perdendo o rumo, as pessoas. O que ela se tornou? Em que momento sua vida mudara? Ela, principalmente, não sabia responder. Algumas pessoas próximas supunham razões, mas a verdade está contida dentro de cada um e a detentora desta não a tinha encontrado ainda.
- Ok. Desculpa. Eu forcei a barra. Você tem os seus motivos. Se cuida!
Ele deu um beijo em sua testa e, conformado, foi embora.

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